Grupo de Ação Revolucionária Antifascista
Ó Dona Liberdade, peço perdão.
Falo na voz de toda a sua mocidade
Quando lhe peço a piedade
Perante este desrespeito à revolução.
Não foi por falta de aviso, com certeza
Talvez desleixo, talvez moleza,
Mas não foi culpa do seu proletariado
E sim dos vigaristas que enganam o eleitorado
Falaciando palha à sua menção.
Peço-lhe, então, a renovação da liberdade
A fim de promover o bem generalizado
E pôr fim a esta confusão.
Pois não são poucos os que a enaltecem
E que continuem poucos, os que a esquecem
Mas que horror que é este apelo à cobiça!
Façam o favor de tapar os ouvidos à Liberdade
E de abrir os olhos à Justiça!
Tapem, tapem os ouvidos à Liberdade para que não note
Nestas injúrias ingratas de quem,
Não sabendo a sorte que tem,
Descarta a liberdade que lhes deu o mote
E abram, abram os olhos à Justiça para que veja
Que há quem despreze a constituição
Enquanto outros, do fundo do coração,
Lutam para que ela livre seja.
Mas é triste a conclusão a que se chega:
Infelizmente, numa sala cheia de gente felizmente livre,
Há de sempre haver quem a semeie, ó Liberdade
E, por outro lado
Alguém, que, de braço içado, a desmoralize!